Os
frequentes furtos de cobre dos cabos telefónico na nossa área têm vindo a
provocar grande transtorno aos habitantes, que isolados na aldeia, se veem
ainda mais afastados do mundo. Os que mais sofrem são, sem dúvida, os mais idosos,
visto que ficam privados da valiosa ligação à família e, em caso de doença,
impossibilitados de contactar os bombeiros e os serviços de saúde.

O isolamento dos
habitantes destas aldeias, naturalmente que se agrava com o encerramento do
pequeno comércio, que soçobra à carga tributária destes tempos difíceis. As
pessoas veem-se privadas de espaços de lazer e de socialização, sem meios para
a deslocação a outros locais, para aquisição dos produtos de primeira
necessidade. É a desertificação do interior, que parece ser um caminho
inevitável.
A solidariedade e
entreajuda, características da boa vizinhança parecem também agonizantes. O
espírito associativo foi esmorecendo, não se vislumbrando uma perspetiva de
mobilização das pessoas em torno de um projeto. Não será também um sinal de
falta de energia e de esperança de uma povoação que assistiu a uma debandada de
gentes e ao abandono, nos últimos tempos?
Dores do Carmo
Cerveira Fernandes
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