Fundador: Padre Domingos de Sousa - Director: Padre Jorge Carvalhal - Propriedade: Fábrica da Igreja de Canas de Senhorim

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Cortes a “torto e a direito”



Este governo não poupa nada nem ninguém, tenho alguma dificuldade em encontrar sensibilidade social destes governantes. Os pensionistas, ao tomarem a decisão de se aposentarem, fizeram contas à vida e sempre julgaram que estavam salvaguardadas, com mais ou menos folga, as suas despesas.
São pessoas que trabalharam e descontaram uma vida e, face ao natural desgaste, alcançaram o direito de se retirarem da vida ativa e gozarem do merecido descanso, dando oportunidade a outros, com maior energia e capacidade de inovar. Mas eis que alguém lhes troca as voltas. A proposta da aplicação de uma taxa sobre as pensões, como forma de garantir a sua sustentabilidade, revela, mais uma vez, a alienação pelos cortes financeiros sem olhar a quem.
 De repente, os idosos vêm-se numa situação difícil, alguns sem conseguirem suportar as despesas, que por motivo de doença se avolumaram. Já percebemos que o Estado Social está em falência, mas isto é uma afronta aos mais vulneráveis. É uma medida inadmissível, no mínimo, ignóbil.
Os políticos depressa se esquecem daquilo que foi a sua bandeira em campanha e tudo é válido desde que se mantenham na cadeira do poder. Não haverá outras alternativas para diminuir as despesas do estado sem roubar aos pensionistas e aos funcionários públicos, cerceando direitos do povo? Despedir trabalhadores da função pública, como se fossem meros objetos descartáveis, será a única solução para diminuir os encargos? As medidas propostas são indignantes.
Todos já antevemos que a economia continuará sem crescimento à vista e, portanto, o desemprego continuará a grassar no país, mas conseguiremos a tão almejada a reestruturação financeira. Este é objetivo obsessivo dos tecnocratas que comandam a Europa. Se não houver uma inversão da orientação, não conseguiremos aumentar o PIB, tal não é possível sem estímulo ao investimento, sem consumidores e quase, ousaria dizer, sem força anímica dos portugueses. Voltamos a ser um país de emigrantes, de pobreza e de tristeza coletiva. 

©Dores do Carmo Cerveira Fernandes

Sem comentários: