Fundador: Padre Domingos de Sousa - Director: Padre Jorge Carvalhal - Propriedade: Fábrica da Igreja de Canas de Senhorim

domingo, 18 de agosto de 2013

OS VALORES DE CONCENTRAÇÃO DE OZONO ULTRAPASSARAM OS LIMIARES



“Todos os cidadãos têm o direito a um ambiente humano e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender, incumbindo ao Estado, por meio de organismos próprios e por apelo a iniciativas populares e comunitárias promover a melhoria da qualidade de vida, quer individual, quer coletiva.”

A poluição atmosférica tornou-se um dos principais fatores de degradação da qualidade de vida das populações. Constitui um problema que tende a agravar-se devido, sobretudo, ao desenvolvimento desequilibrado dos espaços e ao aumento significativo da mobilidade das populações, com o consequente incremento dos níveis de tráfego rodoviário.
A qualidade do ar ambiente é uma componente ambiental determinante, em particular para a saúde pública e para a qualidade de vida dos cidadãos. É o termo que se usa, normalmente, para traduzir o grau de poluição no ar que respiramos. Esta poluição, é provocada por uma mistura de substâncias químicas, lançadas no ar ou resultantes de reações químicas, que alteram o que seria a constituição natural da atmosfera. Estas substâncias poluentes podem ter maior ou menor impacte na qualidade do ar, consoante a sua composição química, concentração na massa de ar em causa e condições meteorológicas
Poluentes secundários, como o ozono, são formados na troposfera através de reações fotoquímicas entre poluentes primários, que são emitidos diretamente na atmosfera, principalmente, os óxidos de azoto, NOx e compostos orgânicos, expressos sob forma de hidrocarbonetos totais.
A poluição fotoquímica é um processo de contaminação da atmosfera constituído por uma série de fenómenos complexos ligados à formação do ozono e de outros foto oxidantes (compostos orgânicos oxigenados e nitrogenados) na presença de radiação solar.
O ozono troposférico é considerado como o mais importante dos poluentes fotoquímicos secundários, principalmente devido aos seus efeitos perniciosos na saúde humana, na vegetação e aos danos produzidos nos materiais, conduzindo a perdas económicas importantes. Este poluente é considerado também como um importante gás de estufa. No entanto, o seu contributo para o efeito de estufa é difícil de estimar dadas as variações da sua distribuição espacial (regional e vertical) e temporal (o tempo de vida do ozono varia entre algumas horas, na camada limite, e alguns dias a algumas semanas na troposfera livre). O ozono também desempenha um papel importante na química da atmosfera dada a sua reatividade e o seu forte poder oxidante, participando nos mecanismos da oxidação dos vários poluentes atmosféricos. Os processos fotoquímicos de formação dos poluentes secundários são extremamente complexos e, apesar de existirem diversos estudos efetuados sobre os mecanismos de oxidação de um grande número de hidrocarbonetos atmosféricos, estes ainda não são completamente conhecidos [Atkinson, 1991, 1994, 1997].
A concentração estimada de ozono troposférico global aumentou 36% desde o ano de 1750 [IPCC, 2001]. Este comportamento está relacionado com o acréscimo das emissões dos seus precursores de origem antropogénica, os óxidos de azoto e hidrocarbonetos, e manifesta-se em particular nos grandes centros populacionais onde se encontra uma forte concentração de indústrias e tráfego automóvel intenso. Atendendo a que a radiação solar é uma condição necessária para a formação dos poluentes fotoquímicos secundários na troposfera, os episódios de poluição fotoquímica com concentrações elevadas de ozono ocorrem especialmente durante o Verão na presença de condições meteorológicas particulares (forte radiação solar, temperaturas elevadas e baixa dispersão) e variam bastante de ano para ano, tanto no espaço como no tempo.
Em Portugal, e em consonância com as tendências dos restantes países da União Europeia, os limites de emissão de poluentes atmosféricos encontram-se regulamentados por intermédio da publicação de legislação específica. A Agência Portuguesa do Ambiente é a entidade nacional responsável pela coordenação e implementação, de forma coerente e harmonizada, da estratégia nacional para a melhoria da qualidade do ar ambiente, através da análise e discussão das metodologias e ações/medidas necessárias
Atualmente, o quadro legislativo nacional referente à avaliação de gestão da qualidade do ar, consta no Decreto-Lei n.º 102/2010, de 23 de Setembro, que fixa os objetivos para a qualidade do ar ambiente tendo em conta as normas, as orientações e os programas da Organização Mundial da Saúde, destinados a evitar, prevenir ou reduzir as emissões de poluentes atmosféricos.
            Recentemente, os valores de concentração de ozono foram ultrapassados em várias estações de medição da qualidade do ar, segundo fonte das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte, de Lisboa e Vale do Tejo e do Centro.
O limiar de alerta à população é de 180 microgramas por metro cúbico de ar, valor a partir do qual é feito o alerta à população.
Os valores de concentração de ozono foram ultrapassados em alguns dias do atual mês, em vários concelhos do Norte, Centro e da região de Lisboa e Vale do Tejo.
Segundo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Centro, no passado dia 15 de Julho, entre as 19:00 e as 20:00 horas, registou-se uma concentração média horária de 183 mg/m3 na estação de Fornelo do Monte (Concelho de Vouzela), abrangendo esta zona o concelho de Nelas, entre outros. Ocorreu igualmente um ultrapassar do limiar, no concelho de Coimbra, onde se obteve o valor de 204 microgramas por metro cúbico entre as 13:00 e as 14:00.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, os limites legais foram também ultrapassados, nos concelhos de Vila Franca de Xira, entre as 14:00 e as 16:59, Loures (das 14:00 às 15:59), Lisboa (na estação de medição do Restelo, entre as 12:00 e as 12:59), Almada (das 14:00 às 16:59), Barreiro (entre as 12:00 e as 16:59), entre outros.
No Norte do país também se registou uma ultrapassagem dos valores limites, tendo sido registados, no concelho de Braga, 188 microgramas por metro cúbico entre as 12:00 e as 13:00 e 189 entre as 13:00 e as 14:00. Ainda no Norte, foram assinaladas ultrapassagens dos valores de concentração de ozono nos concelhos de Valongo, de Santo Tirso e da Maia.
O ozono é responsável por inúmeros malefícios associados à poluição do ar, tais como as alterações climáticas e problemas de saúde especialmente nos grupos mais sensíveis da população (crianças, idosos, asmáticos, alérgicos e indivíduos com outras doenças respiratórias ou cardíacas).

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Aristides de Sousa Mendes, o Cônsul injustiçado



Há 134 anos, precisamente a 19 de julho de 1885, nascia Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, um homem que pôs de lado a sua individualidade e se dispôs a trabalhar em prol do salvamento de milhares de pessoas em risco. Foi contra as ordens do seu superior, Oliveira Salazar e acabou por sofrer as duras consequências do seu ato. Sousa Mendes foi um dos maiores exemplos de respeito pela integridade humana da História do século XX, no Mundo. 
Corria o ano de 1940, a Alemanha nazi avançava sobre a Europa Ocidental, milhares de pessoas fugiam do III Reich e dos campos de concentração de Hitler. Foi neste cenário de guerra e de crueldade humana, que surgiu a ação de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português em Bordéus. Quando rebentou o conflito mundial, este consulado e todas as embaixadas portuguesas receberam a Circular 14, na qual o Presidente do Conselho ordenava que recusassem passar vistos a "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; aos apátridas; e aos judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país onde são cidadãos”.
Apesar das ordens superiores, Sousa Mendes começou a passar vistos, tendo recebido, por isso, uma advertência de Salazar. Segundo se diz, terá exclamado: "Se há que desobedecer, prefiro que seja a uma ordem dos homens do que a uma ordem de Deus". Assim, Sousa Mendes iniciou um caminho sem volta e entre 20 e 23 de Junho de 1940, com a ajuda da família e de alguns colaboradores, passou mais de 30 mil vistos, 10 mil dos quais a judeus. Com o armistício francês a 22 de Junho de 1940 e sob pressão do Governo português, Aristides saiu de França de regresso a Portugal, mas no percurso para Espanha, continuou a passar vistos a todos aqueles que pediram ajuda. 
Após a chegada a Lisboa, Aristides foi condenado à inatividade, por um ano, das funções de diplomata e o seu salário reduzido a metade e, ao fim daquele ano, foi compulsivamente reformado, sem auferir qualquer remuneração e impossibilitado de exercer advocacia. Começou, por isso, a passar necessidades, pois era chefe de uma família numerosa, tendo acabado por aconselhar os seus filhos a emigrar. Dois destes terão participado no Desembarque na Normandia (6 de junho de 1944), como membros do exército americano. Nos anos seguintes, Aristides de Sousa Mendes tentou recuperar os seus direitos, mas Salazar jamais podia aceitar que um funcionário seu fosse contra as suas ordens e não sofresse, com isso, um exemplar castigo. O “Cônsul injustiçado” morreu a 3 de Abril de 1954, na mais absoluta miséria.
Em 1967, Aristides passou a ser o único português a fazer parte dos Righteous Among the Nations  (Justo entre as Nações), no Yad Vashem Memorial em Israel, além de ter uma floresta com seu nome no estado israelita com 10 mil árvores, o número de judeus que salvou, inaugurada em 1994. Em Portugal, só em 1988, teve o seu nome reabilitado e em 1998, o Parlamento Europeu homenageou-o como um herói. Também neste mesmo ano, a Fundação SHOA recolheu documentação, em Lisboa, sobre a sua ação, tendo em vista a investigação sobre o holocausto. A Associação dos Diplomatas Portugueses criou o Prémio Aristides de Sousa Mendes para a investigação anual de política internacional mais relevante para as relações externas portuguesas, em sua homenagem. No ano 2000, a ONU homenageou vários diplomatas, entre os quais o português Sousa Mendes, na exposição Visas for Live.
Recentemente, em junho de 2013, Eric Moed, um jovem arquiteto de 25 anos, dos EUA, decidiu homenagear Aristides quando soube que o seu avô, de nacionalidade belga, foi um dos sobreviventes do Holocausto que o Cônsul salvou. Assim, Eric Moed dedicou a sua tese de fim de curso a esta personalidade e à recuperação da Casa do Passal, a residência familiar do cônsul, em Cabanas de Viriato onde o mesmo deu acolhimento a refugiados, no ano de 1940. O objetivo da tese é transformar a casa em museu e foi com esse objetivo que o arquiteto se candidatou ao concurso “Desempregado do Ano”, da Unhate Foundation, nos EUA, patrocinado pela Benetton. O prémio atribuído permitiu dar início ao seu projeto, a que deu o nome de “Work Towards Fairness” (Trabalhar em Prol da Justiça), com o apoio da Sousa Mendes Foundation, dos EUA.
Assim, foi construído um minimuseu temporário, assente numa estrutura acrílica que Moed enviou de Nova Iorque, montado entre as colunas da entrada principal da Casa do Passal, com apoio de pessoal da Câmara Municipal de Carregal do Sal e da Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato. A parte exterior dos 3 pavilhões da estrutura está revestida com 30 mil assinaturas de Aristides de Sousa Mendes, simbolizando o nº de refugiados que o cônsul português salvou. Desta exposição constam ainda fotos, na maioria de judeus salvos pelo cônsul e painéis com depoimentos sobre a sua ação humanitária, nomeadamente dos seus netos.
Aristides de Sousa Mendes desrespeitou as ordens superiores, porque decidiu que o valor real da vida humana era mais importante que a política, um princípio cívico que hoje não praticamos. Criticando ou não a sua posição de contrariar Salazar, que era o Presidente do Governo do seu país, a realidade é que Aristides salvou mais de 30 mil pessoas e manteve a sua posição até ao final dos seus dias. Numa época em que parece que os valores humanistas se perderam e ao analisar a vida deste “Grande Português”, compreendemos que é importante pararmos e darmos valor aos outros, valorizando as relações humanas.

Dores do Carmo Cerveira Fernandes

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Lar †Domingos abriu as portas para uma visita guiada.

No passado dia 29 de Junho o Lar e Centro de Dia Padre Domingos abriu as portas á comunidade onde os visitantes puderam visitar as obras que se encontram em fase terminal. Uma visita guiada onde não faltou a simpatia e a informação. Á entrada, para além de bonitos e simpáticos rostos das doutoras Sandra, Isabel e Joana e a estagiária Mariana também o Padre Jorge Carvalhal acompanharam a cerca de uma centena de visitantes numa visita guiada pelas novas e modernas instalações. Relembremos que esta ampliação faz parte do Programa Operacional Potencial Humano [POPH] de apoio ao investimento e respostas integradas de apoio social tendo por custo total a quantia de 1.004.137,13€ sendo de financiamento público a quantia de 782.881,00€.
©Fernando Neto




sábado, 13 de julho de 2013

Cristiano Pereira obteve os mínimos para os Jogos Olímpicos Brasil 2016.



Em entrevista que lhe realizei disse-me que Quero ir para um clube melhor de atletismo, chegar aos Mundiais e até correr pela seleção. As próximas metas é ser campeão mundial e entrar para a seleção portuguesa de atletismo. E já agora não deixem de me apoiar eu juro a todas as pessoas que me apoiam que vou melhorar a minha corrida de atleta” e eis que Cristiano Pereira de seu nome, começa a ser um caso sério no atletismo nacional. Frequenta a Escola EB 2,3 Eng.º. Dionísio A. Cunha em Canas de Senhorim e representa a Casa do Povo de Mangualde sendo apoiado pela Fundação Lapa do Lobo. No “9º CAMPEONATO DO MUNDO ATLETISMO INAS - PRAGA, CZE 13”em representação da Seleção Nacional ficou em 7º lugar na final dos 1500 m com recorde pessoal de 4.04.09 e em 5º Lugar na final dos 800 m com o tempo de 2.00.88. Na véspera nos 800 m de apuramento para a final bateu o record nacional de juniores com o tempo de 2.00.34. Com estes resultados o Cristiano obteve os mínimos para os  Jogos Olímpicos Brasil 2016. ©Fernando Neto

quarta-feira, 10 de julho de 2013

arvoredo sem árvores

ao crescer,
plantas vão florescendo na nossa mente
e com elas as ideias morais
que pretendemos acolher e regar em todos os vasos.

todo um bosque cresce,
e mais do que pertencer a ele,
ser ele mesmo.

pensara conhecê-lo,
fui eu que o edifiquei.
afinal,
sou meramente uma estranha à sua lei.

tropecei nas raízes que eu mesma alimentei,
reabri abismos que sempre tapei,

e, hoje,
não me/te sei achar.

©Mariana Ambrósio